quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

FHC: Política fiscal do atual governo é frouxa

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Ele destacou que Lula aumentou os gastos correntes e o número de cargos públicos
São Paulo, 25 – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse, nesta quinta-feira, que a política fiscal do governo está “frouxa” por causa do aumento dos gastos públicos promovidos pelo governo federal. Ele responsabilizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ter elevado os gastos correntes e aumentado o número de cargos públicos e criticou o nível de investimento que, na sua avaliação, continua muito baixo.
“Eu acho que a política fiscal está frouxa. O presidente Lula optou por aumentar muito o gasto corrente com pessoal, criou cargos e não optou por fazer investimentos”, afirmou, ao participar do 2º Forum CardMonitor de Inteligência de Mercado, em São Paulo. “Acho que agora está na hora do Brasil pensar grande e estrategicamente”, disse, em referência ao início do governo da presidente eleita Dilma Rousseff.
Apesar da crítica, FHC evitou qualificar que a política fiscal será “a herança maldita” do governo Lula. “Eu não gosto dessa expressão porque eles a inventaram para me criticar e usaram minha herança o tempo todo. Eu não acho que o Brasil tenha herança maldita. O Brasil tem melhorado sempre, melhorou no tempo de Itamar Franco, de José Sarney, no meu tempo e no do presidente Lula. Nós estamos avançando, isso é briga política.”
“Quando a gente olha um pouco mais de longe, com objetividade, não tem herançamaldita, tem problema, dificuldades e situações.”
Ao falar do futuro governo, o tucano avaliou que Dilma Rousseff terá de decidir se vai continuar com a política de aumento de gasto público ou se vai promover um ajuste mais forte nas contas públicas. “Dilma é teimosa, mas também é racional, e acho que a racionalidade vai prevalecer. Esperoque ela tenha capacidade de decidir.”
Além do desafio econômico, Fernando Henrique prevê desafios políticos também para a presidente eleita. No seu entender, ela terá mais dificuldades em lidar com o Congresso do que o presidente Lula. “Lula tinhamuito apoio popular, o que facilitava seu trânsito no Congresso Nacional. Não é que ela seja vulnerável, é a nossa situação, o estilo do presidencialismo brasileiro. O partido do presidente nunca é majoritário etem que fazer o sistema de alianças e as alianças têm o seu custo”, afirmou.
E continuou: “Eu não gosto de julgar de antemão, mas ela vai ter de ter um trabalho grande porque os partidos vão começar a exigir.”
Para ilustrar o cenário de desafio político que prevê para Dilma Rousseff, FHC citou como exemplo a formação do blocão liderado pelo PMDB (e outras legendas da base aliada) antes mesmo da posse de Dilma.
Sobre as diferenças e semelhanças entre Lula e Dilma, o tucano disse que além do apoio popular, Lula contou com o bom momento econômico mundial. “Agora, os ventos não são tão favorável, então, provavelmente ela (Dilma) vai ter que desenvolver maiores habilidades para poder equilibrar asforças.”
Fonte: Agência Estado

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